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Planeamento e resposta à emergência

Objetivos do planeamento e resposta à emergência

O planeamento e resposta para fazer face a uma situação de emergência radiológica tem como objetivos:

  • Retomar o controlo da situação e mitigar as suas consequências;
  • Salvar vidas;
  • Prestar os primeiros socorros, garantir tratamento médico emergente e o tratamento de lesões provocadas pela radiação;
  • Evitar ou minimizar efeitos determinísticos severos;
  • Reduzir o risco de efeitos estocásticos;
  • Manter o público informado e manter a sua confiança;
  • Proteger, na medida do possível, a propriedade e o ambiente;
  • Preparar, na medida do possível, a reposição da situação económica e social.

Sendo o planeamento e resposta à emergência uma responsabilidade partilhada entre várias entidades, os objetivos deverão ser comuns na extensão aplicável e coordenadas as ações entre as diferentes entidades para uma resposta eficaz (Gestão da emergência).

Definições:

Efeitos Determinísticos – efeito biológico causado pela exposição a radiação ionizante que causa morte celular, existe uma relação previsível entre dose e efeito, ultrapassado o limite inferior de dose, o efeito ocorrerá sempre de forma proporcional à dose.

Efeitos Estocásticos - efeito biológico causado pela exposição a radiação ionizante que causa uma transformação celular/alteração de DNA, a probabilidade da sua ocorrência aumenta com a dose.

 

Fases de uma emergência

As diferentes fases podem ocorrer em locais distintos ao mesmo tempo. Algumas destas fases podem estar omissas dependendo da natureza do evento radiológico ou nuclear.

A figura seguinte identifica as diferentes fases de uma emergência (nomenclatura de acordo com as publicações da International Atomic Energy Agency - IAEA, GSR Part-7GSG-11 e GS-G-2.1).

Figura 1 - Fases da emergência (adaptação dos termos e imagem propostos pela IAEA)

 

Potenciais medidas de mitigação/ações de proteção

Mesmo após um acidente muito grave numa instalação nuclear, as consequências na saúde, especialmente o aparecimento de cancro, serão efeitos retardados. Estes ocorrerão devido à exposição a radiações ionizantes de substâncias presentes na atmosfera, no solo ou nos alimentos, provenientes da deposição ou lavagem da nuvem radioativa pela chuva e a consequente introdução na cadeia alimentar.

O grau de risco para qualquer indivíduo está relacionado com o grau de exposição que sofre.

Assim, uma implementação rápida de medidas de proteção, logo no início da emergência e em períodos seguintes, vai reduzir consideravelmente a exposição às radiações e, portanto, o risco associado.

As ações de proteção são as medidas a tomar para reduzir a exposição das pessoas às radiações numa emergência radiológica.

As ações principais são:                             

  • Abrigo: permanecer dentro de edifícios (no local de residência, escola, local de trabalho ou em locais pré-definidos pelas autoridades) durante um determinado período de modo a evitar os riscos de maiores exposições que se verificam no exterior – é uma medida simples e muito efetiva;
  • Evacuação: retirada da população dos locais que possam sofrer exposição ou contaminação;
  • Administração de iodo estável que deverá acontecer unicamente no caso de ocorrer libertação de radionuclídeos de iodo. É importante notar que a administração de iodo estável poderá originar efeitos secundários e, portanto, deverá ser devidamente justificada tal como recomendado pela World Health Organization - WHO (Iodine thyroid blocking - Guidelines for use in planning and responding to radiological and nuclear emergencies);
  • Realojamento temporário: alojamento provisório da população em zonas diferentes das afetadas;
  • Restrição do acesso a zonas contaminadas;
  • Restrições ao consumo de alimentos contaminados – no caso de ter ocorrido deposição de substâncias radioativas, existe o risco de que certos alimentos possam estar contaminados e pode ser necessário restringir a sua distribuição e consumo;
  • Abrigo de gado – proibindo o pasto e recorrendo a forragens não contaminadas, de modo a que os animais não se alimentem com produtos contaminados.

Todas estas ações deverão ser tomadas obedecendo aos critérios genéricos para ações de proteção que serão definidos em portaria a publicar.

É importante notar que medidas como evacuação ou administração de iodo estável são habitualmente contempladas apenas nas proximidades de centrais nucleares ou de instalações de reprocessamento de combustível nuclear. Como tal, não é expetável a sua implementação no caso nacional.

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